Canoas participou nessa semana de reunião de trabalho de alinhamento do programa de interiorização dos refugiados venezuelanos. A secretária Municipal de Desenvolvimento Social, Luísa Camargo, esteve em Brasília entre quinta (8) e sexta-feira (9), a convite do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), e falou da experiência do Município. No Rio Grande do Sul, Canoas é a cidade que acolheu um número maior de imigrantes. Hoje, 296 venezuelanos vivem em dois abrigos, no bairro São José.
O encontro em Brasília reuniu representantes do MDS, da Organização das Nações Unidas (ONU), do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), demais entidades envolvidas, além de representantes de 22 municípios e 10 Estados que já participam do processo de interiorização promovido pelo Governo Federal. O objetivo foi o intercâmbio de experiências, a atualização conjunta dos dados do que já foi feito e dos pontos que podem ser melhorados.
“O encontro reuniu em Brasilia 79 secretários e técnicos da área da assistência social de vários municípios de todo o território nacional, para troca de experiências e realinhamento do programa de interiorização dos venezuelanos no Brasil, que nos possibilitou discutir as dificuldades encontradas na implantação do programa e as experiências exitosas. Para os participantes, ficou clara a necessidade de construirmos de forma conjunta, MDS, ONU, ACNUR, ASAV e municípios estratégias, metodologias e planejamento para ações futuras e também para que as atuais sejam bem sucedidas. Esse empenho em acertar deve ser buscado para garantir que o projeto de uma vida melhor dos venezuelanos no Brasil dê certo”, ressaltou a secretária Luísa Camargo
Segundo o Governo Federal, até agora, 2.970 venezuelanos foram acolhidos em 23 municípios dos seguintes Estados: Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal.
Experiência de Canoas
Canoas recebeu 305 venezuelanos no mês de setembro, que foram instalados em dois abrigos, chamados pela Prefeitura de Canoas de Centros Temporários de Acolhimento (CTAs). Os dois locais foram alugados pela ONU. Após o período inicial de acolhimento, assistência e avaliação de saúde, o foco da Prefeitura de Canoas foi no encaminhamento dos venezuelanos ao mercado de trabalho.
Dois meses depois da chegada dos refugiados, 296 ainda vivem nos dois CTAs. Desse total, 194 são adultos, dos quais 77 já têm algum tipo de ocupação profissional. Isso equivale a 40% do total de adultos trabalhando. O número é considerado muito positivo em um período tão curto de tempo. O trabalho de adaptação dos venezuelanos à vida social e ao mercado de trabalho segue, com foco na independização dos imigrantes.
Canoas tem primeiro filho de imigrantes
Nasceu nesta sexta-feira (9) no Hospital Universitário (HU), em Canoas, a filha de uma das venezuelanas que se transferiu ao Município em setembro deste ano, dentro do programa de interiorização promovido pelo Governo Federal. A menina, chamada de Mariangel, nasceu em parto normal, pesando 3,330 kg e com 50 cm de comprimento.
Tanto a bebê quanto a mãe, Eliangel Jose Salazar Uzcategui, 21 anos, estão bem. Elas devem ficar no hospital até domingo (11). Após a alta, a mãe retornará, com a filha, ao CTA em que vive com o marido, Robert de Jesus Antonio Espinoza, 19 anos.
