Em cumprimento à Lei Complementar de nº 141/2012, que prevê a prestação de contas em audiência pública na Casa Legislativa da cidade, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) apresentou nesta semana um amplo relatório de atividades, receitas e despesas do último quadrimestre de 2019. O público e os vereadores presentes tiveram conhecimento de dados relacionados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ao andamento das obras das novas Clínicas de Saúde da Família e demais trabalhos desenvolvidos pela pasta.
O secretário da Saúde, Fernando Ritter, iniciou a audiência abordando a reformulação do Hospital Universitário (HU), que a cada ano recebe reformas e aparelhamento para maior conforto de pacientes e familiares. Números de internações, procedimentos cirúrgicos, partos, consultas ambulatoriais demonstram que o hospital se tornou referência no Estado e, hoje, conta com uma das melhores estruturas do país. Além disso, a Prefeitura ampliou a resolutividade em casos cardíacos e neurológicos a partir da chegada do segundo e mais moderno angiógrafo. O equipamento, transferido do município de Sapucaia do Sul, dobrou a capacidade de produção de exames, diminuindo o tempo de internação e a fila de espera.
De acordo com o secretário, Canoas está seguindo a lógica de disponibilizar serviços de saúde a todas as famílias por meio do programa Saúde Tá Na Área. “Sabemos da dificuldade que muitos moradores têm em se locomover até uma UBS. Por isso, levamos saúde praticamente todos os dias à população, com um ônibus adaptado e serviços de vacinação, odontológicos e médicos”, disse.
Para diminuir a superlotação nos hospitais, a Secretaria desenvolve um projeto dentro do Saúde Tá Na Área que prestará auxílio em casa a quem recebe internações mais seguidas. O programa foi aprovado pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2019 e, quando colocado em prática, mapeará os sujeitos com maior número de internações e disponibilizará um plano terapêutico individualizado com equipe de médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e fisioterapeutas. “Tudo isso para termos capacidade de dar um melhor atendimento, sem tanta densidade ao povo canoense como tem sido nos últimos anos”, revelou.
A prevenção de doenças transmissíveis como hanseníase, tuberculose, AIDS e sífilis tem sido um dos focos da Secretaria da Saúde, que fornece medicações e tratamentos adequados para a cura de casos novos. Os índices de gravidez na adolescência apontam uma diminuição considerável, evitando mais leitos em UTI Neonatal, internações, complicações e problemas sociais decorrentes de uma gestação precoce. “Nossa meta para o quadrimestre foi alcançada devido ao trabalho intenso que os profissionais fazem dentro das escolas e às visitas domiciliares do nosso exército de agentes comunitários de saúde. São políticas de humanização dos serviços públicos, muitas vezes silenciosas, que só percebemos ao longo prazo”, afirmou Ritter.
A unificação dos cartões utilizados nas consultas de saúde também foi pauta na Câmara de Vereadores. Em vigor desde dezembro do ano passado, o uso exclusivo do Cartão Nacional de Saúde (CNS) trouxe benefícios aos canoenses que mais utilizam o sistema público de saúde. Antigamente, moradores de cidades vizinhas confeccionavam indevidamente o cartão Canoas Saúde para consultar na cidade, enquanto mantinham também o cartão do Sistema Único de Saúde para buscarem atendimento perto de casa. “Nós temos responsabilidade legal de atender a qualquer cidadão nas áreas autorizadas pelo governo, mas isso gerava burocracia e superlotação nas UBSs”, revelou.
Quanto ao andamento das reformas nas Unidades Básicas de Saúde, Fernando Ritter atualizou a porcentagem de conclusão das obras. A UBS Mato Grande está com 75% de sua estrutura pronta e com previsão de entrega para a segunda quinzena de abril. O Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) terá nos próximos dias a primeira etapa finalizada e a equipe de obras iniciou os trabalhos da próxima fase. Já as UBSs Estância, São Vicente, Guajuviras, Niterói, Santa Isabel e CAIC seguem acompanhadas e fiscalizadas pela Secretaria.
Clovis Monteggia, contador da SMS, foi o responsável pela apresentação das receitas e despesas do período abordado. A participação da Prefeitura nos recursos aplicados tem crescido em comparação com os governos estadual e federal e nos próximos anos deve se tornar a principal fonte de renda da saúde. Por enquanto, as maiores verbas disponibilizadas provêm da União, com mais de R$ 62.867.370,00; do Município, totalizando R$ 55.993.181,45; seguido pelo Estado, com R$ 44.801.767,67.
Segundo Monteggia, a verba oriunda do governo estadual é destinada à assistência farmacêutica, em forma de medicamentos distribuídos nas farmácias básicas e fraldas que vão para o Gerenciamento de Usuários com Deficiência (GUD). Hospitais, Unidades de Pronto Atendimento e Centro de Atendimento Psicossocial também ganham parcela deste pagamento. Já as manutenções das Unidades Básicas de Saúde e investimentos em equipamentos, mobílias e construção de novas unidades são possíveis graças ao investimento do governo federal.
