Construções, reformas, revitalizações e manutenções. Esse foi o mantra de Canoas ao longo de 2018. Em um período de muitos avanços na infraestrutura urbana, a Prefeitura fechou o ano com o lançamento de um projeto ambiental que será um marco para o município.
Em dezembro, foi lançado o edital para a contratação de empresa que irá fazer a gestão integrada de manejo dos resíduos da construção civil de Canoas. Trata-se de um programa completo de coleta, triagem e beneficiamento de diversos tipos de resíduos. Inédito no Rio Grande do Sul, o projeto inclui a construção de uma usina de reciclagem que irá transformar os resíduos em insumos – pedra, areia e brita – para uso em obras do município. A empresa irá beneficiar cerca de 15 mil m³ de resíduos por mês.
Com previsão de início da operação em 2019, a usina será construída em uma área de cinco hectares no Parque Industrial Jorge Lanner, em terreno cedido pelo município. Os custos para construção do complexo e a aquisição de máquinas e equipamentos para o funcionamento da usina ficarão por conta da empresa vencedora da licitação. O valor total estimado para viabilizar o empreendimento é de R$ 6 milhões.
De acordo o prefeito, Luiz Carlos Busato, a instalação da usina de reciclagem é uma conquista histórica em termos de sustentabilidade ambiental para o município. “Com o beneficiamento dos materiais que hoje não têm uma utilidade para a cidade, teremos a produção de insumos para nossas obras de infraestrutura. Isso significa que, além do benefício ambiental, fruto da reciclagem dos resíduos sólidos, iremos gerar uma economia significativa na compra de matéria-prima para o município. O projeto está 100% alinhado ao nosso Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil, aprovado pela nossa gestão em setembro deste ano”, analisa Busato.
O serviço prestado pela usina irá além do processo de reciclagem. A empresa vencedora da licitação terá a missão de disponibilizar duas caixas estacionárias (recipientes para recolher lixo) nos pontos mais críticos de descarte irregular de lixo em Canoas. Dispostos de sinalização adequada, os recipientes serão recolhidos a cada dois dias e levados até a usina para o devido destino sustentável. A empresa responsável pela usina também fará o recolhimento de resíduos nos cinco Ecopontos de Canoas. Hoje, esses pontos de coleta de lixo recebem 2.500 m³ de descarte regular.
Eliminação de 88 pontos de concentração irregular de lixo
As ações de recolhimento de lixo foram intensificadas em 2018. O trabalho resultou na eliminação de 88 pontos irregulares de descarte de lixo no município, o que representa uma redução de 78% no número de pontos da cidade que acumulavam resíduos despejados de forma ilegal.
Em janeiro do ano passado, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSU) havia mapeado a existência de 130 locais onde eram deixados diversos tipos de resíduos sólidos, como restos de obra e até mesmo móveis domiciliares, como sofás e armários. Atualmente, esse número caiu para 42. Somente neste ano, foram recolhidos mais de 12.000 m³ de lixo descartado de forma irregular.
Com a instalação da usina de reciclagem e beneficiamento de resíduos sólidos, a cidade irá eliminar 100% dos pontos críticos de acúmulo de lixo.
“Descartar lixo na rua de forma irregular é um crime que deve ser combatido pelo município. Além de punir os infratores, algo que deve ser feito, nosso trabalho tem a função de conscientizar as pessoas do prejuízo que esses descartes de lixo na rua causam para a cidade. São malefícios ambientais e financeiros, já que a Prefeitura lança mão de recursos próprios para realizar o recolhimento desses resíduos jogador de forma ilegal na rua”, afirma o secretário de Serviços Urbanos de Canoas, Paulo Osório.
Obras: o fim dos alagamentos em Canoas
Um velho problema da cidade chegou ao fim. Os alagamentos foram solucionados com ações sistemáticas e a adoção de um modelo contínuo e preventivo de manutenção dos canais de escoamento das águas da chuva. Esse tipo de trabalho, que deveria ser regra na administração municipal, em alguns casos, não era feito há pelo menos 20 anos. Somente nos últimos dois anos, foram investidos R$ 100 milhões em obras e intervenções de combate aos alagamentos.
A pedido do prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, já em janeiro de 2017, foi montada uma força-tarefa dentro da Secretaria Municipal de Obras (SMO) que se intensificou neste ano. A missão foi identificar os principais pontos de alagamento no município. Com os locais mapeados, as equipes das secretarias de Obras e subprefeituras começaram a “atacar” os pontos mais graves de entupimento pluvial. Nesta lista, figuravam regiões mais baixas, historicamente atingidas pelos alagamentos, como Mathias Velho, NIterói, Rio Branco e Guajuviras.
Na Mathias Velho, os moradores não enfrentam mais problemas em dias de chuva. E quem confirma essa mudança de perspectiva são os próprios moradores e comerciantes da região. Antes da Prefeitura solucionar o problema, Eduardo Perinotti, morador de uma rua próxima à avenida Rio Grande do Sul, havia perdido todos os móveis de casa em quatro ocasiões. Em uma das cheias, que ocorreu após um temporal durante a madrugada, ele conta que, quando acordou pela manhã, a água estava na altura da perna. “Entrei em desespero”, lembra ele. Nas vezes em que teve os utensílios domésticos destruídos, Perinotti somou um prejuízo de mais de R$ 10 mil.
Há cerca de um ano, segundo ele, os problemas de alagamento acabaram. “Nunca mais tivemos problema. Quando chove, ninguém se preocupa. Infelizmente, tive que me mudar por causa dos alagamentos naquela época. Perdi muito dinheiro. Mas ainda frequento o bairro e todos falam que o problema foi solucionado”, conta.
Perinotti e os moradores da Mathias Velho tiveram mais notícias boas em 2018. Em novembro, foi assinada a Ordem de Início de Serviço (OIS) das obras do revestimento do trecho final da vala da rua Curitiba. Com chapas de concreto pré-moldado, os 1,3 mil metros da vala que ainda não foram revestidos serão finalizados. O prazo de execução da obra, que terá investimento de R$ 1,7 milhão, é de 18 meses.
A obra vai beneficiar diretamente cerca de 60 mil famílias que vivem na região. Neste ano, foi concluído o revestimento da outra extensão da vala, que compreende 2,7 mil metros. Nos dois trechos, divididos pela Casa de Bombas 7, os moldes de concreto foram projetados de forma que o canal possa ser acessado com facilidade para a realização de limpeza.
Nova malha viária em Canoas
Em 2018, os trabalhos de revitalização das ruas foram um dos carros-chefe da Secretaria Municipal de Obras (SMO). As melhorias foram implementadas com base no Plano de Recuperação Viária da cidade, trabalho realizado em 2017 que mapeou 115 km de vias com necessidade de melhorias – parte desse diagnóstico, inclusive, já foi concluído. Um exemplo são as obras de revitalização da avenida Açucena, que iniciaram em julho, no trecho que compreende a rotatória da avenida Sezefredo Azambuja Vieira até a avenida Santos Ferreira.
No bairro Fátima, as melhorias correspondem a um investimento de R$ 1,7 milhão em obras de recuperação asfáltica e revitalização das vias do bairro. Neste ano, também foi iniciada e obra de alargamento da Santos Ferreira, trabalho que tem como objetivo seguir as orientações previstas no Plano Diretor do município. A adequação prevê o alargamento de 4 metros em uma extensão de 120 metros.
Mais duas importantes avenidas de Canoas terão revitalização asfáltica em breve. Já foram assinados os contratos de execução do serviço de um trecho da Nazário, no Guajuviras, e de toda a extensão da Bartolomeu de Gusmão, no Fátima. O investimento de R$ 1,5 milhão é oriundo de emenda individual conquistada pelo atual prefeito, Luiz Carlos Busato, quando ainda era deputado federal. Na Nazário (no trecho entre a Boqueirão e o acesso à PECAN), a recuperação compreende 860 metros. Já na Bartolomeu de Gusmão, a extensão é de 1,5 km. Juntas, as obras irão revitalizar uma área de 20 mil m².