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Com apoio da iniciativa privada, apenados do Recomeçar ganham casacos para trabalhar no inverno

Doação de cem jaquetas impermeáveis auxilia participantes do programa, que trabalham em espaços a céu aberto, como parques e praças
Doação de cem jaquetas impermeáveis auxilia participantes do programa, que trabalham em espaços a céu aberto, como parques e praças
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Foto: Vinicius Thormann

Referência no Rio Grande do Sul quando o assunto é trabalho prisional, o Programa Recomeçar, de Canoas, tem atraído olhares de quem tem iniciativa de ajudar. Nesta semana, foram doados cem casacos para os apenados que trabalham em espaços a céu aberto, como parques e praças. “É muito positivo quando a sociedade, como um todo, participa das ações do governo. Essa contribuição, por exemplo, veio na hora certa para que os reeducandos trabalhem protegidos do frio dessa época do ano”, comenta a secretária de Desenvolvimento Social do município, Luísa Camargo.

A parceria nasceu de uma articulação entre a titular da pasta e o presidente da Associação Santa Isabel, Everton Alfonsin – um personagem já conhecido nesse tipo de ação em Canoas. A doação das jaquetas partiu da iniciativa de Alfonsin. “É esse tipo de rede que faz as coisas acontecerem. No momento não temos disponibilidade financeira para a aquisição dessas roupas e nós sabemos que os reeducandos, na realidade em que vivem, também não possuem condições”, avalia Luísa.

As jaquetas impermeabilizadas foram entregues na Subprefeitura Niterói, e fizeram a alegria dos participantes do Recomeçar, que trabalham em serviços como limpeza, capina, construção e pintura. Pelas jornadas de trabalho, eles recebem R$ 900 mensais e uma cesta básica – quase quatro vezes menos do que custaria um funcionário contratado com vínculo empregatício para essas atividades.

Combate à superlotação dos presídios

Recentemente, o prefeito Luiz Carlos Busato, em parceria com o governo do Estado do Rio Grande do Sul, ampliou o programa com a criação de cem novas vagas, chegando às 180 atuais. “Essa iniciativa traz benefícios para ambos os lados. Para o apenado, há as possibilidades de ressocialização, remição de pena, profissionalização, aumento da autoestima e a oportunidade de contribuir com o orçamento familiar. Já a Prefeitura ganha em mão de obra qualificada, pois muitos deles têm experiência prévia, e com custo reduzido”, explica Busato.

A reinserção social por meio da ocupação profissional é uma tendência, pois apresenta resultados na diminuição da reincidência no crime – principal estratégia para reduzir a população carcerária no Brasil, que conta com mais de 600 mil presos. Conforme pesquisas, o trabalho é uma das maneiras mais eficazes de reinserir os apenados no mercado de trabalho. “A maior parte dos detentos entra no sistema prisional com baixa escolaridade e, dependendo da idade, com pouca experiência profissional. Dar a eles a chance de ingressar no mercado é mostrar um caminho diferente do que eles já conhecem, que é a criminalidade”, completa o prefeito.

Assessoria de Comunicação