Neste 22 de março, Dia Mundial da Água, o Zoológico Municipal de Canoas traz uma importante reflexão sobre o descarte irregular de resíduos em ambiente urbano, que é onde começa a poluição das águas dos lagos, mares e outros mananciais. A água, como sabemos, é fundamental para a sobrevivência humana.
Conhecido também como MiniZoo, o local é referência na região pela recuperação de espécies da fauna silvestre nativa, educação ambiental e lazer para a comunidade. Está localizado dentro do Parque Getúlio Vargas (Capão do Corvo), que possui uma área de 17 hectares e conta com três lagos, áreas verdes preservadas e espaços para prática de esportes, academia pública ao ar livre, praça, trilhas sinalizadas, orquidário, anfiteatro com capacidade para 400 pessoas, churrasqueiras ao ar livre, biblioparque e estacionamento próprio.
O Parque é visto pelos canoenses como opção de lazer. Em tempos normais, sem as restrições de distanciamento e protocolos sanitários da Covid-19, o local recebe uma média de 40 mil visitantes por mês. Porém, uma variedade enorme de resíduos são deixados diariamente pelos usuários, desde embalagens, resíduos orgânicos, garrafas, bitucas de cigarro, pertences pessoais, fraldas descartáveis e até cadeiras de praia.
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Poluição dos mares começa também nas cidades
O lixo descartado no Parque e no MiniZoo prejudica a fauna local, que muitas vezes acaba se ferindo, confundindo com alimento, criando deformidades, prejudicando na locomoção e, por vezes, vão a óbito. “Muitos destes resíduos também acabam indo parar nos lagos onde vivem vários animais. A poluição dos mares começa também nas cidades. Quando descartamos os resíduos de forma inadequada, eles acabam sendo levados pelas águas da chuva até os corpos d’água e o destino final é o oceano”, explica a bióloga Renata Gautier, responsável pela educação ambiental do Zoológico Municipal de Canoas.
O MiniZoo é local de moradia e passagem para muitos animais silvestres, visto que as áreas verdes do entorno do Parque estão cada vez menores, ocupadas por condomínios e centros comerciais.
Um estudo realizado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente indica que mais de 123 espécies de aves habitam ou se utilizam do local. O ambiente do Parque é muito importante para a recuperação dos animais do MiniZoo, e muitas vezes é um local também para sua soltura. “Em uma ação de educação ambiental feita com os estagiários, percebemos o acúmulo exagerado de resíduos deixados pelos visitantes”, relata Renata. A bióloga cita como exemplo o tempo de decomposição de uma bituca de cigarro descartada incorretamente. “Pode chegar a até cinco anos, sem contar que ela contém mais de 4,7 mil substâncias tóxicas, que prejudicam o solo e contaminam rios e córregos”, aponta.
Uma bituca de cigarro descartada incorretamente pode chegar a até cinco anos para se decompor, sem contar o fato de que ela contém mais de 4,7 mil substâncias tóxicas.
Técnicos do Mini Zoo recomendam para o uso dos espaços do Parque:
Traga seus utensílios como copos, pratos e talheres;
Opte por recipientes não descartáveis;
Os alimentos podem ser acondicionados em potes e garrafas;
Leve tudo de volta para sua casa;
Se ainda assim precisar descartar algum resíduo, utilize as lixeiras dispostas pelo Parque.
O que diz a ONU
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) adverte que os oceanos recebem cerca de 13 milhões de toneladas de plástico anualmente, o equivalente a descarregar um caminhão de lixo no oceano por minuto.
O Fórum Econômico Mundial (WEF) vai mais além, e prevê que com este ritmo, em 2050, poderíamos ter mais toneladas de plástico que peixes nos oceanos. Atualmente, os danos colaterais do lixo marinho são mundialmente conhecidos: degradação do ecossistema e exposição da flora e da fauna a substâncias químicas — mais de um milhão de animais morrem anualmente ao confundir plástico com alimentos. Além disso, a nossa saúde também poderia ser afetada por este polímero, dado que o ingerimos através do sal de mesa e de outros alimentos.
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Canoas trata
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o Zoológico Municipal de Canoas e a Diretoria de Educação e Proteção Ambiental buscam constantemente soluções para estas questões. “Planejamos várias ações e esperamos que a situação da Pandemia passe logo para que possamos colocá-las em prática”, afirma Renata. Canoas conta com Coleta Seletiva e Ecopontos para o descarte correto de materiais. O sustento de várias famílias provém da reciclagem dos resíduos. “Se cada um fizer a sua parte, todos ajudarão a diminuir esses números e ainda teremos uma melhor qualidade de vida”, finaliza a bióloga.
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