O tema Transtorno de Acumulação de Animais passa a ser uma pauta do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGI-M), coordenado pela Secretaria de Segurança Pública de Canoas. O GGI-M é um espaço de diálogo que envolve diferentes órgãos municipais e instituições, como as forças de segurança que atuam no município, entre elas Polícia Civil e Brigada Militar.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, delegado Emerson Wendt, o assunto passa a fazer parte do GGI-M, no Grupo de Trabalho (GT) Redes, com o objetivo de promover a integração das diferentes instituições nas decisões relacionadas ao assunto, tanto para o tratamento dos animais, quanto para o acolhimento dos acumuladores. “A maior interlocução entre o Poder Público e outras instituições essenciais aos canoenses, como é o caso das forças policiais, é fundamental para proporcionar o acolhimento da população em diferentes situações. O nosso primeiro passo no GGI-M será promover um protocolo e definir fluxos de atendimento nos casos de acumuladores de animais”, explica o delegado Emerson.
A secretária adjunta da Secretaria Especial dos Direitos dos Animais (SEDA), Fabiane Borba, salientou que, quando surge uma denúncia de acumulação, é necessário que a intervenção seja multidisciplinar e constante. “A literatura sobre o tema ainda é escassa e não nos oferece um protocolo de tratamento. O que temos de experiência é que a simples remoção dos animais não apresenta resultados efetivos e provoca sofrimento ao indivíduo que acumula os animais. O trabalho multidisciplinar é imprescindível e, a partir da análise e discussão sobre oito casos específicos em Canoas, criaremos um protocolo próprio para tratamento dos casos, com base em estudos acadêmicos e publicações científicas”, relata.
Ainda fazem parte deste núcleo de acolhimento a Secretaria de Cidadania, Secretaria de Saúde e Coordenadoria do Idoso, considerando que, geralmente, são os que mais sofrem com esse tipo de distúrbio comportamental.
Acumulação de animais
A acumulação de animais é um tipo de transtorno que não é determinado pelo número de animais em si, mas sim pelas condições gerais sob as quais vivem os animais e o acumulador. Caracteriza-se pela dificuldade persistente em doar os animais e define-se pelo fracasso em assegurar mínimas condições sanitárias, espaço, nutrição e cuidados veterinários para os animais; incapacidade de reconhecer os efeitos deste fracasso no bem-estar dos animais, no ambiente e no bem-estar das pessoas que convivem com o acumulador; obsessiva compulsão em acumular animais mesmo diante da progressiva deterioração das condições ambientais, sociais e econômicas do indivíduo; e negação ou minimização dos problemas e das condições de habitação para as pessoas e para os animais.