A realidade de 359 famílias canoenses está prestes a mudar. Dentro de aproximadamente 30 dias deve iniciar a construção dos primeiros banheiros em residências da cidade que não possuem o cômodo. O projeto, uma parceria entre Estado, Município e Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU), possui um investimento de R$ 4.653.138,22.
As residências que serão contempladas já foram selecionadas e visitadas por equipes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SMDUH). A construção dos banheiros será dividida em duas etapas. Na primeira, prevista para iniciar no mês de outubro, serão feitos 179 banheiros. Na segunda, que ainda não tem data de início, serão mais 180.
“Na minha casa nunca teve banheiro”. Essa realidade, que parece ser algo irreal nas grandes cidades, está prestes a ficar no passado para a secretária Denise Regina da Silva Pacheco, de 54 anos. Em aproximadamente 60 dias deve começar a construção do primeiro banheiro de Denise. A moradora do bairro Mathias Velho é uma das 359 canoenses contempladas no programa Nenhuma Casa sem Banheiro. A ação constrói o cômodo em imóveis de pessoas de baixa renda.
Quando viu as equipes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/RS) chegando em sua casa para iniciar as medições e definir onde o banheiro ficará, Denise quase não acreditou. “Além da questão de saúde, este banheiro dentro de casa me trará de volta a dignidade”, disse emocionada. Denise conta os dias para deixar a rotina de fazer as necessidades em um balde e também para poder tomar um banho tranquila, sem ter que “levar uma mala” para casa de parentes, cada vez que toma banho. “Estou muito feliz e até já ganhei um tapete para colocar no meu banheiro.”
A irmã de Denise, a dona de casa Denira Elizabete da Silva Pacheco, de 52 anos, mora com os dois filhos, hoje com 15 e 25 anos, lembra como foi criar os meninos sem banheiro dentro de casa. “Era muito difícil, principalmente no inverno. De noite, ou em dias de chuva, tínhamos que fazer as necessidades em um balde e depois levar em um banheiro que fica no terreno em que moramos, na parte externa da casa do meu irmão”, conta.
Driblar o frio e a chuva também é o desafio da autônoma Elisabete Farias Fortes. Aos 30 anos, mãe de quatro filhos, ela comemora o benefício. “Temos um banheiro improvisado, com as paredes quebradas e muito frio. Principalmente no inverno, para as crianças era muito ruim. Agora tudo vai mudar.”