Duas escolas de Canoas foram premiadas no 3° Programa Saneamento na Escola, promovido pelo Consórcio Pró-Sinos. Os projetos da EMEI Beija-Flor e da EMEF Paulo VI foram destaques em meio a 32 escolas do Estado inscritas.
Com o objetivo de incentivar a comunidade escolar a ser um espaço de sensibilização ambiental e de mobilização da sociedade, o programa é voltado a escolas municipais de ensino fundamental e de educação infantil de cidades consorciadas ao Pró-Sinos.
As ações envolvem quatro eixos: abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e gestão de resíduos sólidos. Além de troféus, as escolas ganhadoras foram contempladas com os selos ambientais Árvore (1º lugar), Broto (2º lugar) e Semente (3º lugar), os alunos receberam medalhas e camisetas. A EMEF Paulo VI, no bairro Rio Branco, tirou o 1º lugar e a EMEI Beija-Flor, no bairro Niterói, tirou o 3º lugar.
O programa iniciou em 2019. No ano de 2020 não teve por conta da pandemia, e em 2021 aconteceu de forma virtual mas sem premiações.
Conforme o diretor do Consórcio Pró-Sinos, Luciano Machado, a retomada do programa mantém o mesmo objetivo de melhorar o ambiente banhado pelo rio dos Sinos. “Do pequeno ao adolescente, não adianta deixar para o futuro, a conscientização e a prática de atitudes coletivas em prol do meio ambiente acontecem hoje, no presente. Uma pilha a menos que está lá dentro é um pouco de vida que tu devolve para o meio ambiente. Que seja uma semente que floresça, que não pare por aqui, que seja um exemplo dentro das famílias e da comunidade.”
Segundo a professora da EMEI Beija-Flor, Adriana Silva Vidaletti, a ideia é que o projeto seja permanente. “Por ser uma escola pública, que parta de nós o fortalecimento de políticas públicas que cuidem do meio ambiente. A gente vê tantas agendas nacionais e internacionais mas o cuidado começa aqui, na escola. Se a gente não começar com as crianças, no ambiente público, não podemos esperar que venha de fora. Nós, enquanto educadoras, precisamos promover essa consciência e trazer as famílias para essa corrente.”
A docente também comenta que a sensação é de “orgulho” e “dever cumprido”, e que o terceiro lugar vale como se fosse o primeiro. “Esse reconhecimento demonstra que as nossas ações estão indo para um caminho certo e que nós estamos cumprindo o nosso papel social. Quando eu vi aquele terceiro lugar eu disse para as minhas colegas que ia segurar como se fosse o primeiro porque para nós é uma grande conquista. Uma escola de educação infantil, com crianças tão pequenas recebendo esse reconhecimento nos ajuda a mostrar que é possível tratar de um assunto sério com brincadeira, mas muita conscientização.”
Clarissa Mendes Bandeira é mãe dos gêmeos Antônio e Rafael, 5 anos, acompanhou a cerimônia de entrega das medalhas aos pequenos vencedores e relata que a família acabou sendo influenciada pelos conhecimentos que as crianças levavam para a casa: “Nós também começamos a cultivar mais plantas em casa, nossos filhos começaram a demonstrar muito interesse por reciclagem e comer mais legumes em casa. A gente sente que essa educação ambiental está refletindo no dia a dia deles porque eles levam muitas informações da sala de aula para casa. Mesmo pequenos, eles se sentem parte de algo maior.” O pequeno Rafael conta animado a experiência. “Eu aprendi a regar a plantinha com água e colocar a semente na terra.”
Segundo a técnica de educação, Cintia Cannavo Silva, foi abordado com as crianças a importância do reaproveitamento da água, ações de cuidado ao não desperdiçar água limpa, consumo de água filtrada, importância da água para os seres vivos, rodas de conversa sobre o mosquito da dengue, separação do lixo seco e orgânico. “Por se tratarem de crianças de 4 e 5 anos, adaptamos os temas e a abordagem para que se tornem o mais lúdico e prazeroso possível para as crianças.”
Inclusão X Meio Ambiente
Segundo a educadora Adriana, os alunos inclusivos também se desenvolveram mais durante as práticas externas e contato com a terra. “Quando a gente traz a turma toda para o lado de fora, eles se sentem mais livres, mais calmos e os que têm autismo ficam mais centrados e participativos.”