A 3ª Pesquisa de Vitimização, organizada pelo Observatório de Segurança de Canoas (OSCP) verificou que, do total de questionários aplicados (1.051), 38,5% informaram não ter sido vítimas de violência e 61,5% relataram 1.369 diferentes situações de crimes e violências. Destas, 933 situações deixaram de ser notificadas em Boletins de Ocorrência (68,2%).
A probabilidade de registro é de 92,6% para furto/roubo de veículos. Enquanto a probabilidade de não registro é para casos de violência sexual, 93,2%. Foram elencados 39 motivos para não registrar o Boletim de Ocorrência. Os mais mencionados foram: descrença no resultado (29%), não considerou importante registrar (25%), considera a violência sofrida um fato corriqueiro/cotidiano (19%) e medo de registrar ou de represália (12%).
Quanto à sensação de segurança, 35,8% dos participantes se disseram seguros ou muito seguros, 35,1% se consideram parcialmente seguros e 28,9% acreditam estar muito inseguros ou inseguros. Os ambientes que julgam mais seguros são: casa (84,5%), estabelecimentos comerciais (57,8%) e trabalho (51,4%). Sobre a avaliação da abordagem dos agentes de segurança pública, a Brigada Militar (63,9%) foi a mais citada, seguida dos agentes de fiscalização de trânsito (27,8%) e da Guarda Municipal (16%). Dos participantes, 66,3% consideraram a abordagem adequada.
A pesquisa aconteceu no município de Canoas, de 03 de novembro a 22 de dezembro de 2021. O objetivo do estudo é medir a vitimização dos canoenses, identificar quantas ocorrências foram registradas, medir a sensação de segurança na cidade e verificar o quanto a população entende a importância de se registrar quaisquer que sejam os crimes sofridos.
Os resultados obtidos foram apresentados na tarde desta quarta-feira (08), em um encontro entre o Prefeito em exercício, Dr. Nedy Marques, o Secretário Municipal de Segurança Pública e Defesa Civil, Marcelo Pitta, e a equipe do Observatório de Segurança Pública de Canoas (OSCP). A pesquisa oferece subsídios para compreender e estimar os crimes, as violências e as suas motivações. Além do foco na vitimização, percepção e sensação de segurança, foi possível identificar características sociais, demográficas e econômicas da população canoense.
O prefeito em exercício, Dr. Nedy Marques destacou a importância do estudo e da metodologia utilizada para obter os dados. “Foram analisados os mais diversos aspectos do momento em que um ser humano é submetido a uma condição de vítima da prática de um crime. Para quem trabalha com segurança pública, todos os resultados e índices apresentados servem como um norte para a orientação dos trabalhos futuros na área da segurança. Por isso, é um importante estudo, feito tecnicamente e nos traz um retrato da realidade da vida de muitas pessoas que, infelizmente, sofrem algum tipo de violência”.
Este estudo faz parte das contribuições do Observatório de Segurança, em conjunto com a Fundação La Salle e a Guarda Municipal (GM), para subsidiar as ações e o planejamento da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Civil de Canoas. Estudos desta natureza são instrumentos importantes para avaliação e formulação de políticas públicas na área da segurança.
O secretário de Segurança Pública, Tenente-Coronel Marcelo Pitta, explica a necessidade de pesquisas que ofereçam dados que possam nortear as ações. “Esperamos que com essa pesquisa, possamos diminuir esses tipos de crimes que foram percebidos e assim, possamos criar ações para melhorarmos a qualidade da nossa cidade, diminuindo a criminalidade e aumentando a confiança da população”, salientou.
Seminário temático ocorre em abril nas dependências da Fundação La Salle
A divulgação oficial dos resultados da pesquisa para a população canoense em geral está prevista para o mês de abril, através da realização do 1º Seminário do Observatório de Segurança Pública de Canoas/RS, intitulado “Pesquisa de Vitimização: perspectivas e realidades no contexto da segurança cidadã”. O seminário terá inscrições gratuitas e vai reunir estudiosos e especialistas na área da segurança pública e cidadã. Neste evento, questões como a sensação de segurança, o conhecimento e a avaliação dos serviços públicos, bem como os hábitos e o perfil dos entrevistados pela Pesquisa de Vitimização, serão apresentados.
Para acessar os resultados obtidos, clique aqui.
Texto: Guilherme Galhardo – PMC
Edição: Valéria Deluca – PMC