Com o objetivo de conscientizar e promover a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Secretaria da Saúde de Canoas promoveu, nesta quarta-feira (19), um evento gratuito e aberto a todo o público da cidade, no Auditório do Canoasprev. Das 13h às 17h, o público prestigiou palestras e apresentação de dados sobre TEA.
Para a coordenadora do Centro de Referência do Transtorno do Espectro Autista (Certea), Juliana Souza, o evento buscou promover a inclusão e disseminar mais informações sobre o autismo. “Ficamos bem contentes com o público, veio bastante gente, é bem importante essa adesão, nos motiva a fazermos cada vez mais. Além disso, tivemos que fazer uma alteração da programação durante o evento, o que mostra a cara do nosso trabalho, pois quando precisamos flexibilizar para o nosso público, a gente atende as demandas”, comentou.
Conforme o coordenador de Inclusão da Secretaria de Políticas Transversais, Vitor Hugo Longaray, a questão do autismo tem sido pauta e cresce consideravelmente. “Nós, pessoas com deficiência, desde que acordamos pela manhã, carregamos um árduo fardo que é tentar nos colocar dentro do mundo, o que não é nada fácil. Estar aqui hoje não é simples, não fechamos os olhos e não nos dobramos para as lutas diárias”, afirmou.
O morador do bairro Guajuviras, Luis Carlos Cardoso da Silva, de 61 anos, é pai da Cristiane de Souza da Silva, de 32 anos. “Os debates para mim são bem importantes quando se trata dos deficientes, pois tenho uma filha deficiente intelectual, por isso eu acho interessante vir participar”, destacou.
A primeira palestra, com o servidor público e esportista José Lima, apresentou o tema ‘A garra de um boxeador: tire o não do seu vocabulário’. “No momento que eu me vi sem poder fazer nada, a gente começa a ter dúvidas, mas eu acho que tirei uma força de dentro e de não querer parar. Por ser competitivo e poder sempre mais, tudo que fiz sempre levei muito a sério”, afirmou.
Logo após, a fonoaudióloga Jerusa Dames dividiu seus conhecimentos, obtidos através de sua pesquisa de mestrado ‘Dificuldades enfrentadas por crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista para acessar e fazer uso do transporte coletivo público pelo olhar de seus responsáveis’. Por fim, às 15h30, Mariele Vargas Cardoso, Carisane Pinheiro e Paula Comaru Martins, mães de crianças e adolescentes atendidos no Certea, dialogaram sobre os ‘Desafios cotidianos: circulação da criança, adolescente e família nos espaços diversos’.
Texto: Marina Staudt – PMC
Edição: Carina Jung – PMC