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Amor à vida: projeto trabalha com prevenção ao suicídio dentro das escolas

Ação é desenvolvida pela Secretaria da Educação nas escolas de ensino fundamental do município
Ação é desenvolvida pela Secretaria da Educação nas escolas de ensino fundamental do município
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Foto: Derli Colomo Jr

Com apenas 13 anos, Isabela de Matos já tem consciência sobre a sua participação como cidadã na construção de uma sociedade mais justa e humana. A aluna do oitavo ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Tancredo Neves, em Canoas, é uma das integrantes do projeto intitulado Amor à Vida, iniciativa da Secretaria Municipal da Educação (SME), que tem como principal objetivo atingir diretamente a problemática do suicídio, da depressão e da desvalorização da vida na infância e na adolescência.

O projeto iniciou em 2018, mas vem ao encontro com uma Lei sancionada há pouco mais de 30 dias pelo Governo Federal, que institui as diretrizes da Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio. O objetivo é estruturar, em âmbito nacional, uma articulação de prevenção ao suicídio e à automutilação de crianças, adolescentes e jovens.

Isabela faz parte de um grupo alunos que participa periodicamente de encontros especialmente preparados para debater a temática dentro das escolas de Canoas. Eles foram escolhidos para serem os multiplicadores das boas práticas de valorização da vida entre as turmas. São jovens com idades a partir de 12 anos, que convivem diariamente com as situações abordadas pelo projeto. De acordo com uma das coordenadoras da iniciativa, Joelma Gomes, os escolhidos são apontados pela própria escola como referências entre os alunos, tanto positivas como negativas. “Com o grupo de multiplicadores formados, nós planejamos os encontros conforme a realidade deles. São tratados temas como o racismo, a homofobia, questões de sexualidade, gênero, religiosidade, bullying, entre outros. Proporcionamos um espaço de fala para esses jovens, com rodas de conversa, oficinas, onde eles nos trazem quais são as suas principais perspectivas e impressões dos assuntos”, explica Joelma.

O critério de escolha da Isabela foi por ela ser a líder da sua turma. Há cerca de dois meses participando das reuniões, ela já percebeu a importância dos encontros realizados dentro da escola. “Muitos alunos passam por situações de preconceito, de bullying, e sofrem com isso. Esse projeto é para incluir essas pessoas, ajudá-las no processo de aceitação própria. Você não precisa mudar por conta da opinião dos outros. Tenho certeza que nosso grupo vai fazer a diferença, cuidando uns dos outros”, ressalta Isabela.

Para a vice-prefeita, Gisele Uequed, a participação dos alunos na inciativa é essencial para o desenvolvimento das ações preventivas do projeto. “As atividades escolares que são extracurriculares são essenciais para o desenvolvimento dos alunos como cidadãos, como protagonistas de suas histórias e como transformadores da sociedade. Iniciativas que focam em questões emocionais e afetivas dos nossos adolescentes e jovens são cada vez mais necessárias diante de um cenário onde os valores da vida são banalizados”, analisa Gisele.

Como surgiu

O projeto nasceu em 2018 a partir de uma onda de automutilação, disseminada via internet, praticada entre adolescentes, preocupando familiares e toda a comunidade escolar. “A SME viu a necessidade de criar ações de prevenção dentro das instituições de ensino. Todas as escolas foram convidadas a participar da iniciativa, sendo uma adesão espontânea por parte das equipes diretivas”, explica a secretária municipal da Educação, Neka Escobar.

O prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, destacou a iniciativa da pasta como uma política pública não somente da educação, mas também de inclusão e de saúde mental. “A escola tem papel central na formação dos nossos estudantes. Em meio aos assuntos relacionados à aprendizagem, precisamos também falar das questões de comportamento que estão inseridas no cotidiano dos nossos jovens. A abertura ao diálogo e o acompanhamento pessoal é importante para que eles posam se sentir amados e valorizados”, ressalta Busato.

O projeto começou com 17 escolas. Atualmente, são 37 EMEFs, com grupos de 15 a 20 alunos participando das oficinas de multiplicadores. Cada escola também possui um professor referência que auxilia nos trabalhos e define as agendas do grupo. A coordenação do projeto, que é dividida entre a professora Joelma e a professora Carla Zanetti, realiza formações a cada 15 dias em cada escola, mas a frequência dos encontros da equipe é livre.

Agregando tecnologia ao desenvolvimento do projeto, o Time Google da SME, responsável pela implantação do Google For Education no município, criou uma plataforma online para troca de experiências entre as escolas envolvidas. A demanda surgiu pelos próprios alunos e, através de um aplicativo para smartphones, é possível reunir informações importantes para os integrantes do projeto, adicionar lembretes, tarefas, fotos e mensagens motivacionais, além de criar conversas em grupo e individuais. Com a expansão e aceitação do Amor à Vida, a estimativa é de que, até o fim de 2019, todas as 44 EMEFs do município estejam inseridas no projeto.

Assessoria de Comunicação