O VI Seminário Municipal da Educação de Jovens e Adultos iniciou nesta segunda-feira (7) na Escola Permanente de Formação Docente Professor Darcy Ribeiro. O evento é o primeiro pós-pandemia e vai até esta quinta-feira (10).
Com a temática ‘Educação de Jovens e Adultos: (R)Existirmos: a que será que se destina?’, o encontro educacional, promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Canoas, busca capacitar professores e discutir políticas públicas para a recuperação do ensino pós-pandemia e combate da evasão escolar.
Para a secretária adjunta de Educação, Cinara Portela, a retomada do evento é também um momento de refletir sobre as ações da escola para evitar a evasão escolar. “Esse é o momento da gente se reavaliar, reconstruir e reorganizar para uma aprendizagem mais efetiva e voltada para cada tipo de aluno. A EJA trabalha com projetos e, neles, o aluno vai ressignificando seus aprendizados. Esse é o momento de resgatar e pensarmos em como trazer o aluno para dentro da escola”, ressalta.
Atualmente, mais de 1.350 alunos fazem parte do EJA, distribuídos em 18 escolas da rede de ensino canoense.
Um sonho que se realiza
Além de um lugar para troca de conhecimentos, socialização e aprendizagem, é na escola que muitos alunos encontram a força que precisam para realizar o sonho de se formar. Aos 43 anos, Eliel Melo vê o sonho de concluir os estudos mais próximo. Assim como ele, muitos alunos do EJA têm dificuldades de continuar os estudos, mas, após o convívio em sala de aula, se sentem mais capazes e inseridos na sociedade. “Depois de mais de 30 anos parado é bem difícil voltar a estudar. Eu quis desistir, mas a diretora Máriah me ligou e me deu a força que eu precisava para continuar. Os professores são uma família que a gente encontra, um apoio e a força que a gente precisa. Antes de voltar a estudar eu achava que era inferior às outras pessoas, não sabia lidar com a tecnologia, mas agora é vivo outra realidade e me sinto mais inserido. A minha formatura no final do ano será um sonho realizado”, relata.
Combate à evasão
A professora Adriana Altenhofer Duarte, que leciona há cinco anos na escola João Paulo I, destaca que foi necessário se adaptar para não perder os alunos. “A minha turma vive a experiência do semi-presencial, que são três dias na escola e dois dias em que fazem as atividades remotas. Na sala de aula eu dou os conteúdos e em casa eles fazem alguns exercícios que antes seriam feitos dentro da sala. Essa adaptação surgiu no início do ano porque a gente viu que, durante a pandemia, tínhamos muitos alunos matriculados de Guaíba, Porto Alegre, outras localidades, e nas aulas presenciais seria difícil o deslocamento para eles”.
Na escola João Paulo I, a pouca evasão escolar é resultado da adaptação da escola à realidade dos alunos. Além dessa estratégia, é realizada a busca ativa de cada aluno, onde os professores e a comunidade escolar ligam para os alunos, conversam e até vão na casa deles se for necessário. Os estudantes que não têm internet para realizar as atividades recebem o material impresso em casa. São inúmeras estratégias para tentar impedir que os alunos desistam dos estudos.
O VI Seminário Municipal da Educação de Jovens e Adultos terá atividades onlines e presenciais para todos os professores da rede de ensino canoense.