Os clubes sociais negros romperam com padrões de uma luta, formaram um espaço originário da necessidade de convívio social, recreativo e cultural. Em Canoas, o primeiro clube negro se originou no ano de 1959. A Associação Cultural e Beneficente Castro Alves, situada no bairro Nossa Senhora das Graças, foi criada justamente como forma de quebrar paradigmas.
Desde o início da pandemia, o espaço está passando por dificuldades para manutenção. Valdir da Silva Pontes assumiu como presidente há pouco mais de um mês e reiterou a importância de parcerias para superar o momento e seguir o legado de décadas. “Antigamente, existia a contribuição de sócio, hoje ninguém contribui. Então, agora na minha gestão eu vou abrir uma nova lista de associados, para que a gente possa fazer as melhorias necessárias. Vamos buscar parcerias para resgatar o Castro e oferecer mais uma opção onde as famílias podem se divertir, brincar, tem espaço para churrasqueira, tem um pátio amplo para as pessoas se reunirem, em um ambiente sadio e sem distinção de cor, religião”, enfatizou.
As agremiações são importantes espaços de convivência, resistência e identidade para os seus frequentadores, homens e mulheres negros. A função social dentro do município permite que o clube caminhe para ser reconhecido pelo seu valor histórico, artístico e cultural. “Um dos objetivos de estarmos caminhando juntos é a importância que o nosso clube tem dentro do município na divulgação da cultura negra dentro de Canoas. Portanto, nos qualificamos para que, através da Coordenadoria da Igualdade Racial e Imigrantes, possamos entrar com o processo de tombamento do Castro. Aqui é um terreno africanista e tem um forte trabalho cultural sendo realizado”, reiterou Gerson Luís da Silva, apoiador do espaço.
Desde 2016, o dia 16 de agosto passou a ser reconhecido em alusão aos clubes sociais negros no município de Canoas, como espaços de identidade e resistência que lutam para ser manter abertos e relevantes na sociedade. A instituição, que é a primeira do município, tem o aporte necessário para disseminar a cultura negra dentro da cidade. “É fundamental trazermos a questão da cultura negra, a capoeira, o ensinamento religioso, oficinas de alabê, a cozinha africanista, todo o trabalho voltado para o conhecimento do povo da comunidade de Canoas, valorizando a cultura negra”, lembra Gerson.
Agora, o desafio é reorganizar o espaço que está desde 2005 sem contribuição de sócios. “O que o Castro está passando é a mesma história, o movimento da cultura negra está passando. Vamos tentar fazer uma forma diferente, buscando parcerias, sem questões políticas, mas com questões sociais. Fazer o espaço se tornar abrangente culturalmente, não só fazermos festas, que podem ser feitas em qualquer lugar, mas sim, preservar a cultura dos espaços e da história”, finalizou Gerson.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.