“Quero procurar um lugar e não acho, passo na frente e não encontro. Então, para mim, faz muita falta, muita falta mesmo saber ler e escrever”, explica Icleia Ramos Fortes, 55 anos. A ex-doméstica é aluna da turma de alfabetização da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola de Educação de Ensino Fundamental (EMEF) Nancy Pansera, no bairro Guajuviras. A estudante também diz que a vivência na sala de aula proporciona construir novas amizades. Icleia integra a turma inicial, que tem um total de 33 pessoas, contando também com os participantes da pós-alfabetização. Ao todo, a EJA de Canoas atende a cerca de 1.500 estudantes.
A sala reúne indivíduos de diferentes idades. Com 23 anos, Vitória Vieira, parou de estudar no oitavo ano e diz que tem muita dificuldade na leitura. O retorno ocorre devido à busca por um novo emprego. “Eu já recebi bastante, ‘não’. Pessoas dizendo que queriam me contratar, mas não podiam devido a esse problema”, disse ela, que também participa do curso Mulheres na Obra, realizado pela Secretaria de Educação (SME) em parceria com a UniRitter. Incentivada pela mãe para frequentar a EJA e o projeto, agora é ela quem encoraja a mãe, que ainda não foi alfabetizada, a também ir à qualificação.
A busca por um salário melhor também foi a motivação de Suelen Junqueira, de 31 anos, que está na turma M1 (que representa o 6º ano no ensino regular). Atualmente ela é educadora ambiental na Cooperativa Renascer, de coleta seletiva.
Para o vice-diretor, Jairo Moreira da Silva, mais do que a educação pedagógica, a EJA tem uma situação humanitária. “Vemos a questão da capacidade e valorização do ser humano, de resgatar algo que eles deixaram para trás, que eles acharam que não teriam mais chances na vida. E a escola oferece essa oportunidade novamente. Eles descobrem essa vontade de estudar e começam a acreditar em si”, destacou.
As aulas começaram em 19 de fevereiro e se estendem até o meio do ano. Os encontros ocorrem no período noturno. Há cinco níveis, todos do Ensino Fundamental. A gestora da EJA na SME, Mariáh Oyarzabal da Luz, destaca que independentemente da história da pessoa, a Secretaria proporciona um ambiente acolhedor e outras qualificações gratuitas que motivem a continuar os estudos. “Vinculamos também a estágios e a colocá-los no mercado de trabalho”, acrescentou.
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