Pouco mais de um ano do registro do primeiro caso de contágio pelo novo coronavírus, Canoas ultrapassou a triste marca de mil óbitos em decorrência da Covid-19. É o pior momento desde o início da pandemia, em todo o país, com reflexos no aumento dos casos graves e, consequentemente, de mortes. Segundo dados do boletim epidemiológico deste domingo (28), 1.003 canoenses perderam a vida por complicações relacionadas à Covid-19.
Canoas, desde o ano passado, liderava o ranking da pesquisa Epicovid-19, desenvolvida pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), como a cidade com maior taxa de prevalência de casos de coronavírus no Rio Grande do Sul. A pandemia provocou mudanças na rotina da cidade e das famílias, mas parte da população ainda negligencia os cuidados de prevenção, apesar das ações de conscientização, como a campanha Aglomera Não!, lançada pela Prefeitura de Canoas em fevereiro de 2021. Desde o início do ano, o município vem intensificando o apelo para que os canoenses permaneçam em casa e evitem aglomerações.
Além de novas variantes do coronavírus, mais transmissíveis, as aglomerações e o desrespeito aos protocolos de prevenção registrados no feriado do Ano Novo e do Carnaval contribuíram para o crescimento do contágio. Em fevereiro, a Prefeitura chegou a lançar um alerta sobre a situação, já prevendo reflexos no número de casos e nas internações, o que acabou se confirmando. Agora, com a proximidade do feriado de Páscoa, a preocupação permanece.
O secretário municipal da Saúde, Maicon Lemos, destaca os esforços de Canoas para a ampliação da capacidade hospitalar. Desde janeiro de 2021, o número de leitos de UTI Covid-19 aumentou de 43 para 137. Já os de Enfermaria Covid, passaram de 70 para 267. Ele destaca, porém, que não basta abrir novas vagas em hospitais se não houver, por parte de todos, a consciência sobre a necessidade de se manter os cuidados de prevenção, que incluem o uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento interpessoal.
Confira algumas das medidas adotadas pela administração municipal no enfrentamento à pandemia:
Ampliação dos leitos da Covid-19: criação de 291 leitos desde janeiro, ampliando a capacidade da rede hospitalar para 404 leitos para tratamento de pacientes com Covid-19.
UPAs Covid: as UPAs Rio Branco e Boqueirão passaram a atender, exclusivamente, casos graves de pacientes sintomáticos respiratórios e com suspeita de Covid-19.
Estruturas de Pronto Atendimento: construção de duas unidades de Pronto Atendimento, em estruturas provisórias nas UPAs Boqueirão e Rio Branco. Os serviços, abertos inicialmente para receber apenas casos sem relação com o coronavírus, passaram a atender, exclusivamente, sintomáticos respiratórios leves associados à Covid-19, após a inauguração da nova UPA Não Covid.
Plantão Covid: implantação do Plantão Covid-19 em quatro unidades básicas de saúde, funcionando das 8h às 20h, aos sábados e domingos, com foco exclusivo para atendimento aos pacientes com sintomas respiratórios.
Centros de Testagem: implantação de cinco centros de testagens (Centro, Mathias Velho, Guajuviras, Rio Branco e Niterói), que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
UPA 24h Não Covid: inauguração da UPA Liberty Dick Conter, no bairro Mathias Velho. Funcionamento 24 horas para atendimento exclusivo de casos de pacientes adultos NÃO relacionados à Covid-19, o que possibilita desafogar o atendimento nas UPAs Rio Branco e Boqueirão.
Contratação dos profissionais da saúde: liberação para contratação urgente de 320 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem.
Aquisição de testes: compra de 60 mil testes rápidos IGG-IGM e mais 9,5 mil de detecção de antígeno, cujo tempo de resposta é de 15 a 20 minutos.
Reservatórios de oxigênio: instalação de três tanques de oxigênio: um de três mil litros na UPA Boqueirão, um de dois mil litros na UPA Rio Branco e um de dois mil litros na UPA Liberty Dick Conter.
Aquisição de vacinas: foi sancionada pelo prefeito, em 26 de fevereiro, a lei 6.433, de 2021, que prevê a aquisição de vacinas para o enfrentamento da Covid-19, em caso de descumprimento do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina pelo governo federal.
Centro de Referência: implementação de um centro de referência para Covid-19, no campus da Ulbra. O centro receberá pacientes em estágio final de internação.
Fiscalização para evitar aglomerações: fiscalização diária da Guarda Municipal e forças de integradas para coibir aglomerações.
Aglomera Não!: campanha educativa com foco na conscientização da população sobre a necessidade de manter os cuidados com a prevenção e distanciamento.
Desinfecção das ruas: desinfecção sanitária das ruas e locais públicos.
