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Entenda o que causou tempestade responsável pelos transtornos em Canoas

Fortes ventos deixaram um rastro de estragos
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Foto: Amanda Furtado / PMC

Classificada como tempestade severa, a instabilidade que atingiu o município na noite de 16 de janeiro, resultou em diferentes danos em pontos específicos da cidade. Foram registrados volumes de chuva superiores a 80 milímetros e rajadas de vento de mais de 100 km/h. O pico do fenômeno ocorreu entre 22 e 23 horas.

De acordo com a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, o evento climático teve a atuação de duas áreas de baixa pressão atmosférica. Uma corrente de jato em baixos níveis intensa com ar quente e o encontro de ar mais frio com uma massa de ar muito quente formou uma poderosa linha de instabilidade.

“O vendaval veio acompanhado de chuva excessiva, que superou e muito a capacidade do sistema de macrodrenagem do município, com acumulados de 60 mm a 70 mm em apenas uma hora durante o temporal, ou seja, metade da média histórica de precipitação de janeiro inteiro em apenas 60 minutos”, analisa Estael.

Volumes de chuva

A média histórica de chuva no mês de janeiro em Canoas é de 120,7 mm. De acordo com o Escritório de Resiliência Climática (Eclima), a região do bairro Rio Branco apresentou o maior volume, com 83.2 mm, seguido do Marechal Rondon (80.4 mm), Niterói (61.2mm), São Luís (60.6mm), Mathias Velho (54.2mm) e Estância Velha (32.4mm).

Vendaval

A força do vento também resultou na queda de centenas de árvores, danos em telhados e prejuízos às redes de energia elétrica e de telecomunicações. Conforme registro do equipamento da estação da Base Aérea de Canoas, as rajadas atingiram 107 km/h. Ainda segundo a meteorologista Estael, essa intensidade ganhou mais força na área urbana. “Velocidades de vento são medidas na base aérea por anemômetros em campo aberto. Dentro da cidade, por relevo e/ou construções, o vento acelera e sopra mais forte, sobretudo em andares altos de prédios. Assim, por certo, rajadas tão fortes quanto 110 km/h a 130 km/h ocorreram no município”, assegura.

Danos no município

O temporal severo da noite de 16 de janeiro implicou em diversos prejuízos para a população. Segundo balanço da Defesa Civil de Canoas, o evento climático afetou 8.800 pessoas e atingiu 2.200 residências. O número foi comunicado pelo órgão junto ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) do Sistema Nacional e Proteção e Defesa Civil do Governo Federal. Já no fim da tarde do dia 17, o prefeito em exercício Nedy de Vargas Marques, assinou decreto de situação de emergência com validade de até 180 dias. O documento aguarda homologação dos governos estadual e federal. A Prefeitura também mobilizou equipes para assistência social e entrega de telhas para os canoenses que tiveram danos confirmados em suas residências.

Texto: Fábio Radke
Edição: Sibeli Fagundes 

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