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Museu Hugo Simões Lagranha terá exposição de obras feitas por apenados
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Foto: Vinicius Thormann
A arte está sendo usada como uma forma de ressignificação e de cidadania para 12 apenados da comunidade LGBTQIAP+ do Complexo Prisional de Canoas (Pecan). A união dos projetos ‘Diversos e Plural’ e ‘Artinclusão’ integra arte e psicologia, oferecendo aulas semanais de pintura em tela, alternadas à terapia. No curso, 18 telas foram produzidas e serão expostas no Museu Municipal Hugo Simões Lagranha, localizado na Avenida Victor Barreto, 2186, Centro, a partir de 15 de fevereiro. A Prefeitura de Canoas apoia o projeto, por meio da Secretaria da Cultura, cedendo espaço para a mostra.
O trabalho em conjunto, entre o artista plástico Aloizio Pedersen e a psicóloga Maristela Mostardeiro, tratou de questões do inconsciente e das emoções. Dessa forma, trabalhando a autoimagem, a autoestima e a identidade dos apenados, reestabelecendo a autoconfiança e devolvendo a dignidade ao grupo.
“Muitos foram expulsos de casa, já sofreram violência na escola, nas ruas. Então, a ideia do projeto era trazer a arte para ressignificar a violência, porque eu sempre acreditei que a arte é importante para transformar a violência”, salientou a psicóloga, que está há três anos na Pecan.
As 12 telas individuais e as seis obras coletivas exploram os medos, ansiedades e angústias dos artistas. Inspirados também no movimento artístico Expressionista, os trabalhos serão vendidos e o valor, revertido em kits de necessidade pessoal, como produtos de higiene, vestuário e acessórios para os apenados.
“O ‘Artinclusão’ visa a profissionalização e a geração de renda. Também é um projeto de vida ressignificada para essas pessoas. Portanto, esse trabalho é fruto de muito esforço. Eu sempre quis dar aula para os LGBTs, pois é um público muito estigmatizado”, completou o Aloizio, que há mais 40 anos atua em programas de inclusão em escolas, presídios, museus e faculdades.
A iniciativa ocorreu de outubro de 2023 a janeiro deste ano e teve o patrocínio das empresas Colméia Containers e Pioneira Indústria Textil. Organizações interessadas em ajudar nos custos dos materiais e dar continuidade ao projeto, podem entrar em contato com Aloizio, pelo telefone (51) 99986-6250.
A exposição deve ocorrer até o fim de fevereiro e estará aberta de terças às sextas-feiras, das 10h às 17h e aos sábados e domingos, das 14h às 18h.
Texto: Anelise Durlo
Edição: Sibeli Fagundes