Inclusão, acessibilidade e respeito às diferenças. São esses os temas que a peça de teatro “É proibido miar” aborda. O espetáculo, da MA Companhia – Teatro, Dança e Assemelhados, mobilizou mais de 270 crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência na Mostra Cultural Inclusiva. A atividade aconteceu no Sesc Canoas, na tarde desta quinta-feira (13), data em que se comemora o Dia Nacional do Cego.
Baseado no livro de Pedro Bandeira, a peça “É proibido miar” conta a história de um cachorro que miava, mas que sofria rejeição de sua família e amigos, o que reforça a necessidade da inclusão e da aceitação das diferenças. O espetáculo é totalmente acessível e conta com audiodescrição (relato do que se passa em cena para espectadores com deficiência visual) e interpretação em libras (para entendimento dos espectadores surdos). Os recursos são incorporados na própria narrativa e desenvolvidos pelos atores.
A adolescente Larissa Maiara Costa Gonçalves, que tem deficiência auditiva, afirma que o teatro a motiva a desenvolver sua expressão corporal. “Além de conseguir compreender a história, a peça também me motiva a copiar as expressões corporais para perder a vergonha e conseguir me expressar. E a interação mostra que, mesmo com alguma deficiência, a gente consegue participar do espetáculo junto com o público”, comenta.
A atriz e diretora de produção, Juliana Kersting, esclarece que o espetáculo tem a proposta de reunir, em uma mesma plateia, todos os tipos de pessoas. “Somos um coletivo de artistas especializado em teatro, dança, educação e acessibilidade. Por isso, inserimos a audiodescrição e a tradução em libras na própria narrativa da peça para possibilitar o entendimento de todas as pessoas que compõem o nosso público”, ressalta.
Para a supervisora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bilíngue para Surdos Vitória, Naiara Rodrigues Lacerda, o acesso às expressões culturais é fundamental para o desenvolvimento das crianças e adolescentes com alguma deficiência. “Dentro das diversas atividades de inclusão, acreditamos que o acesso à cultura é essencial e, para isso, é preciso que todos possam estar incluídos nos movimentos artístico-culturais, o que também estimula a capacidade criativa e inventiva dessas crianças e adolescentes”, salienta Naiara.
De acordo com o titular da Diretoria da Pessoa com Deficiência, Jair Silveira, além da apresentação teatral, outra atividade promovida na Mostra Cultural Inclusiva foi a apresentação cultural de música e dança, “Localizando e tateando percepções”, formado por pessoas com deficiência, que aconteceu na Associação Pestalozzi. O diretor ainda afirma que as atividades encerram a programação do Calendário Cultural Inclusivo de 2018, que contou com 19 atividades durante todo o ano e mobilizou mais de 2 mil pessoas. “As atividades do Calendário envolveram todas as áreas do segmento da pessoa com deficiência, como a auditiva, visual, deficiências físicas, autismo, síndrome de Down, intelectual, surdocegueira, superdotação, entre outros”, esclarece.
As atividades são uma iniciativa da Diretoria da Pessoa com Deficiência, vinculada à Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Participação Social (SMDHPS), em parceria com o Sesc Canoas, com o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comdip) e com a Associação dos Deficientes Visuais de Canoas (Adevic).