A cada ano, as escolas municipais de Canoas recebem mais crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência, os chamados alunos de inclusão. Entre 2017 e 2019, o aumento foi de 380 alunos, o equivalente a 22%, totalizando 2123 alunos nas Escolas de Ensino Fundamental (EMEFs). O crescimento é resultado das políticas públicas de inclusão desenvolvidas no município, como a instalação de Salas de Recursos Multifuncionais em todas as EMEFs.
Outras ações importantes na área foram a inclusão de Libras no currículo escolar, a inauguração do Ambulatório do Autismo; a capacitação de profissionais da educação inclusiva, e o Seminário “A escola faz a diferença” para a formação geral de profissionais de inclusão. além disso, também houve o aumento do número de atendimentos psicopedagógicos, de psicopedagogia, de estimulação precoce e de fonoaudiologia no Centro de Educação Inclusiva e Acessibilidade (CEIA), nas sete instituições conveniadas à Prefeitura e nas duas escolas especiais, Escola Municipal Bilíngue Vitória e a Escola Brigadeiro Ney Gomes. Além disso, as salas de aula com alunos de inclusão possuem um monitor para o auxílio das atividades, que podem ser estagiários de psicologia, magistério e pedagogia, ou de técnicos de educação básica (TEB).
A experiência de pais demonstra a importância das políticas públicas de inclusão. De acordo com Melissa Boldt Pinto Mauer, mãe do Adônis, de oito anos, e diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a escola regular está sendo fundamental para o desenvolvimento sócio emocional e psicológico do filho. “Ele não falava e não interagia com as pessoas, com a socialização na escola, o comportamento dele mudou completamente. Hoje, ele tem mais autoestima e autoconfiança, consegue acompanhar a aula e realiza todas as atividades escolares, como apresentações artísticas”, destaca Melissa. Adônis estuda no 3º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Theodoro Bogen, que possui mais 54 alunos de inclusão.
O prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, ressalta que o projeto é garantir a igualdade de acesso das pessoas com deficiência em todos os espaços públicos, principalmente na escola. “Toda a discussão sobre a inclusão escolar ainda é muito recente no Brasil. As prefeituras, de modo geral, estão iniciando suas políticas públicas e buscando ampliar ações de inclusão de pessoas com deficiência em diversos setores da sociedade. Canoas tem avançado de forma significativa nos últimos anos. Ainda tem muito a ser feito, mas os primeiros passos já foram dados e vamos continuar lutando pela inclusão”, afirma Busato.
Para a vice-prefeita, Gisele Uequed, o cuidado é para que a inclusão de crianças e adolescentes nas escolas não seja apenas uma ação isolada desta gestão. “Nosso foco é na política de inclusão, ou seja, estamos desenvolvendo políticas públicas para que a inclusão de pessoas com deficiência seja permanente e a longo prazo. Os atos pontuais e de cunho político não garantem os avanços que a nossa população precisa, as políticas públicas, sim”, salienta Gisele.
A secretária da Educação (SME), Neka Escobar, reafirma que “as nossas escolas devem ser exemplo de espaços inclusivos, para que todas as crianças possam se desenvolver com valores de respeito às diferenças. Por isso, trabalhamos para que o objetivo pedagógico de nossas escolas alcancem a escolarização desses alunos de forma efetiva, que eles aprendam a se socializar, para serem autônomos e desenvolver suas capacidades pessoais”.
Diretoria de Educação Inclusiva
No contexto educacional, a Diretoria de Educação Inclusiva atua no desenvolvimento e na defesa destes estudantes, possibilitando o exercício do direito à cidadania através de uma educação de qualidade. “Uma sociedade inclusiva se fundamenta na ideia da valorização da diversidade. Por isso, não basta colocar a criança com deficiência na escola em turno integral e achar que isso é inclusão, pelo contrário, inclusão é compreender as peculiaridades daquele indivíduo e promover sua adaptação e integração, respeitando o seu tempo. E é assim que trabalhamos nas escolas de Canoas, procurando desenvolver cada aluno de acordo com as suas características, de forma individual”, explica a diretora Renata Flores.