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Projeto Pequenos Sinalizantes: Mãozinhas que Comunicam ensina Libras a crianças em escola infantil

Alunos de 0 a 6 anos aprendem a Língua de Sinais.
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Foto: Thiago Guimarães/PMC

Ensinar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para crianças de 0 a 6 anos de forma lúdica e divertida. É o que faz o projeto Pequenos Sinalizantes: Mãozinhas que Comunicam, desenvolvido na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Pingo de Gente, no bairro Mathias Velho. As aulas de quinze minutos acontecem de terça a quinta-feira a partir das 10h. Elas são realizadas com todos os 210 alunos, divididos em 10 turmas do berçário ao Jardim, dos 0 aos seis anos.

Um deles é João Erick, de cinco anos, do Jardim 2. O pequeno disse que adora as aulas e que gosta de aprender: “O que eu não sabia, agora eu sei!”. A mãe do menino, Eliane Franklin dos Santos, de 43 anos, confirma: “Ele tá gostando, ele chega em casa, olha vídeos, ele já tem interesse pela língua de sinais, e ele gosta bastante. Na volta do primeiro encontro, então, ele disse, ‘mamãe, hoje eu tive aula de Libras’, ele adorou’”. Eliane acredita que aprender desde cedo vai contribuir não só para o presente, mas também para quando eles forem mais velhos. “Eu acho bem importante, porque, mesmo ele não tendo um colega ou alguém aqui na escola com deficiência, no futuro, se tiver alguém que precise, ele vai saber se comunicar.”

A diretora Maiara Pitt de Lima explica que a ideia do projeto surgiu pela paixão da professora Daiana Zimmer e o interesse em passar o conhecimento aos alunos. Os encontros começaram há duas semanas e já tem encantado os pequenos. “Eles têm uma facilidade para entender, um amor por isso. Porque, além de aprender, eles fazem isso se divertindo.” Mãe da Clara, do Maternal 1, a diretora também vê esse resultado em casa. “A minha filha tem dois anos e, depois da primeira aula, ela já chegou fazendo o sinal do sapinho, que nem eu tinha conhecimento”, acrescentou.

Para trabalhar com os pequenos, a professora Daiana, usa diferentes abordagens. No berçário e nos maternais, ela mostra fichas com imagens, conta historinhas e faz brincadeiras. Nos jardins, ela já conversou, por meio de narrativas, sobre a diferença: que tem aquelas que não escutam, que se comunicam de outra forma. “E eles entenderam superbem e demonstraram interesse”, confirma. Além disso, nessa faixa etária, já querem aprender como fazer os cumprimentos e estão interagindo bastante. “Elas aprendem muito rápido. Então, está sendo bem legal”, avalia.

Com curso básico pela prefeitura em Libras e atualmente fazendo capacitação em tradução e interpretação na linguagem, Daiana analisa a relevância de conhecer a língua desde cedo. “A criança vai aprendendo aos pouquinhos de forma natural e ela leva para casa. Também é muito importante ela saber que há diferenças, que há outra forma de comunicação. E, assim, pode levar para a casa essa acessibilidade e inclusão”, acredita.

Para a secretária adjunta de Educação (SME), Mari Mantelli, o projeto é a melhor forma de se fazer inclusão com a comunidade surda. “Toda criança que aprende duas, três línguas, evolui muito mais. E aprender a língua de sinais faz com que ela se desenvolva mais rápido. O intelectual dela se desenvolve porque são duas línguas que ela está organizando na sua mente, e ainda há a diferenciação de saber Libras para se comunicar com as pessoas que precisam”, defende.

A gestora, que também é alfabetizadora de ouvintes e surdos, intérprete da Língua Brasileira de Sinais, foi diretora por seis anos da EMEF especial para surdos Vitória e coordenadora dos cursos de Libras oferecidos pelo município, acrescenta: “Todas as escolas deveriam fazer isso. Nós temos lei que inclui Libras no currículo das escolas. Aliás, essa é a língua oficial no município de Canoas desde 2000. Então vamos lá, vamos fazer a diferença, vamos fazer a inclusão”.

Texto: Nathália Ely
Edição: Sibeli Fagundes