Neste 21 de julho, completa seis meses que a nova equipe de interventores assumiu a gestão do Hospital Universitário de Canoas (HU), do Hospital de Pronto Socorro Prefeito Dr. Marcos Antônio Ronchetti (HPSC), das UPAs Hugo Simões Lagranha e Liberty Dick Conter e dos CAPS Amanhecer, Novos Tempos, Travessia e Recanto dos Girassóis. Instituído pela administração municipal, o grupo atua na reorganização assistencial, financeira e estrutural destas instituições públicas.
Para o secretário municipal de Governança e Enfrentamento à Pandemia, Felipe Martini, que integra o comitê de intervenção, foram meses desafiadores. Ele lembra que os interventores assumiram os órgãos de saúde em um momento agudo da pandemia, que foi preciso trabalhar não só para dar assistência imediata aos pacientes da Covid-19, mas também pensar em todo o sistema de saúde, que se encontrava fraturado e deficitário. “Otimizamos a aplicação dos recursos públicos para dar a assistência que a pandemia exigia, de forma que os investimentos ficassem de legado para a cidade. Um exemplo são os leitos criados. Passada a pandemia, ficarão à disposição da sociedade”, afirma.
Em dois meses de atuação, o Comitê Interventor já havia triplicado a capacidade assistencial do município. Só no HU, foram criados mais de 170 novos leitos, entre UTI e clínicos. Foram instalados tanques de oxigênio nas UPAs, para que tragédias como a de Manaus não se repetissem, retomadas as consultas e exames eletivos, realizadas reformas e reestruturações em espaços que estavam inutilizados. Os trabalhos seguiram, com o avanço da participação do Hospital Universitário em pesquisas de abrangência nacional.
O atendimento pediátrico também recebeu atenção. “Passamos a olhar para as nossas crianças, retomando as consultas pediátricas 24 horas na unidade de pronto atendimento Hugo Simões Lagranha”, ressalta Martini. Neste período, iniciaram as revitalizações dos CAPs, foi retomada a UPA da rua Caçapava, que se transformou em UPA Liberty Dick Conter. No pico da pandemia, o HPSC foi preparado para atender os pacientes da Covid-19.
“Além disso, contratamos colaboradores e iniciamos um profundo resgate de credibilidade com funcionários, fornecedores e principalmente com a sociedade”, destaca o secretário. O interventor ressalta que os espaços de saúde têm excelentes profissionais: “Iniciamos um trabalho de comunicação interna com foco em valorização e qualificação permanente. Queremos que tenham orgulho do que fazem e que se sintam pertencentes à instituição. Construímos benefícios na área da saúde e educação, para que nossos colaboradores usufruam desses serviços”.
Outro ponto muito significativo foi a regularização do Certificado Digital da instituição. Por falta de documentação, ele estava suspenso, fato que causava transtornos para os ex-colaboradores, que não conseguiam ter acesso ao fundo de garantia e ao seguro desemprego.
Em relação às finanças, Martini explica que a intervenção tem um olhar minucioso para as finanças. “Assumimos com uma dívida de mais de R$ 80 milhões, com impostos, tributos, dívidas trabalhistas e fornecedores atrasados. Nosso compromisso não será com erro. Por isso, revisamos contratos, aprimoramos processos, reduzimos custos operacionais e passamos a fazer mais com menos. Com o olhar para o futuro, estamos modernizando sistemas, instituímos um manual de compras e procuramos honrar nossos compromissos para resgatar a credibilidade do hospital. Nesses seis meses, nos orgulhamos de estar com todos os salários, fornecedores e tributos rigorosamente em dia”, informa o secretário.
Martini enfatiza que o Comitê tem a finalidade de colocar a casa em ordem, preparando as instruções para atender com excelência a população e os mais de 152 municípios gaúchos que buscam em Canoas o atendimento em saúde. “Reafirmamos o nosso compromisso, com as boas práticas de gestão e com a vida e a saúde das pessoas. Essa é a nossa missão”, garante o secretário.
Com informações da Assessoria de Imprensa do HU.