Eliminar o mosquito adulto Aedes aegypti, transmissor da dengue. Com esse objetivo, no final desta terça-feira (16), duas equipes da Secretaria de Saúde de Canoas repetiram a pulverização na área com circulação do vírus da dengue no bairro Estância Velha. Na semana passada, a primeira aplicação de inseticida foi realizada na localidade, que já confirma 13 casos positivos para a doença. Conforme boletim da Diretoria de Vigilância, também foram confirmados mais um caso isolado no bairro Niterói (importado) e outro no bairro Guajuviras (autóctone).
As aplicações de inseticida, realizadas nas imediações da rua São Matheus, Olavo Fernandes, Esperança e Júlio Pereira de Souza, no Estância Velha, buscaram efetuar o bloqueio vetorial da área para eliminar o mosquito adulto. Os agentes de endemias e equipes do setor de Zoonoses, que fazem parte da SMS, realizam um trabalho contínuo de alerta e conscientização sobre a importância da prevenção para evitar a proliferação do vetor. “As pulverizações são realizadas após Pesquisa Vetorial Especial (PVE) e somente com casos notificados e positivos para Dengue, Chikungunya e Zika vírus”, explica o médico veterinário e técnico da Equipe de Controle de Zoonoses, Roger Halla.
O monitoramento dos casos de dengue no Rio Grande do Sul, realizado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), apresenta um alerta para o aumento de registros da doença, durante as duas primeiras semanas de 2022, 2023 e 2024. Conforme dados do Painel de Casos de Dengue RS, nas duas primeiras semanas de 2022 foram registrados 63 casos confirmados, em 2023, 42, chegando a 216 registros, no primeiro mês de 2024.
O secretário municipal de Saúde, Jurandir Maciel, lembra que relatório da Diretoria Estadual de Vigilância Epidemiológica destaca que outro fator de alerta é a ocorrência de casos confirmados de dengue durante todos os meses do ano, o que antes ocorria somente nos períodos de calor, demonstrando que não há mais sazonalidade na circulação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. “O enfrentamento da dengue precisa ser realizado de forma conjunta. Precisamos contar com a população fazendo parte desse processo, eliminando possíveis criadouros”, frisa Jurandir.
O evento climático El Niño, com chuvas volumosas associadas a altas temperaturas, predispõe ainda mais para o surgimento e manutenção de novos criadouros do mosquito vetor, chamando a atenção para a importância dos cuidados que devem ser adotados.
Sintomas
Os principais sintomas da dengue são febre alta, dor de cabeça, dor muscular, dor atrás dos olhos, náuseas e vômitos, manchas na pele e mal-estar geral. Ao perceber algum desses sintomas, é necessário procurar uma unidade de saúde ou UPA. É fundamental ter um diagnóstico rápido para um tratamento oportuno, a fim de evitar o agravamento da doença.
Prevenção
O mosquito Aedes aegypti se prolifera em depósitos de água limpa como garrafas, pneus velhos, piscinas, caixas d’água sem tampa, latas, ralos, calhas, cisternas, vasos e potes de água de animais. Todos esses locais servem para a fêmea do mosquito depositar seus ovos, que, em contato com a água e em condições ideais, como alta temperatura e alta umidade, em sete dias se transformam em novos mosquitos adultos.
O descarte adequado de objetos que possivelmente acumulem água, uso de repelente para proteção e a procura por um serviço de saúde diante de primeiros sintomas compatíveis com a dengue são atitudes necessárias a serem tomadas pela população.
Texto: Clarissa Colares
Edição: Valéria Deluca